Curiosidades e Dicas

Caminhões basculantes e o excesso de peso

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Vias públicas deterioradas e menos segurança devido ao excesso de peso dos caminhões

Com certeza você já deve ter pego um buraco ao dirigir com seu automóvel pela cidade ou estrada e ficou muito chateado e insatisfeito com a manutenção das vias públicas, correto? Pois é, esta é a reação de muitos, de simplesmente achar que a solução é somente tapar os buracos, sendo que o ideal na verdade seria prevenir o seu surgimento e o desgaste prematuro das vias públicas, poupando enormes gastos com recapeamento ou operações “tapa-buraco” que em geral criam um enorme transtorno.

Existem inúmeros fatores que podem ocasionar o desgaste prematuro dos pavimentos de vias públicas, como material de má qualidade, problemas na execução, tráfego excessivo, fatores ambientais não previstos como alagamentos ou infiltração de água (vazamentos em tubulações subterrâneas), etc. No entanto, um dos fatores que mais degradam nossas vias e que pode ser perfeitamente evitado é o excesso de peso dos veículos, principalmente dos caminhões.

Neste artigo vamos falar sobre o excesso de peso dos caminhões que transportam insumos para construção civil, mais precisamente sobre o transporte de terra, entulho, areia e pedra britada, efetuado em sua grande maioria por caminhões basculantes de três eixos, 6×2 (truck morto) ou 6×4 (traçado), embora nos últimos anos estejam cada vez mais comuns os caminhões 8×4 (dois eixos direcionais na dianteira).

Identificando o excesso de peso

Como o nosso site trata de temas relacionados à terraplenagem, demolição e mineração, vamos abordar os caminhões basculantes que transportam areia, pedra britada, entulho e terra.

Vamos tomar como exemplo um caminhão basculante Volkwagen 26-220. Pela tabela fornecida pelo DNIT, o PBT (Peso Bruto Total) que corresponde à soma da Tara (peso do caminhão) com a Lotação (peso da carga), é de 23.000 Kg. Se a Tara deste caminhão no chassis é aproximadamente 7.300Kg, acrescido da caçamba basculante certamente terá cerca de 10.000Kg de PBT, permitindo assim o transporte de no máximo 13.000Kg de carga. Considerando que terra argilosa seca pesa aproximadamente 1.800kg/m³, o máximo a ser transportado “legalmente” seria 7,22m³ de terra, ao passo que o que vemos por aí, nas ruas, são caminhões com capacidade entre 15 e 16 metros cúbicos, que representam aproximadamente 28,800 Kg ou mais de 120% de excesso de peso!!!

Caminhão afunda ao criar cratera na via devido ao excesso de peso.Questão de segurança

Ao passar com seu veículo em um buraco, vários danos podem ocorrer como danos aos pneus através da deformação da carcaça, podendo ocasionar vazamentos e até estourá-lo, danos à roda, à suspensão, entre tantas outras avarias e com elas riscos diretos à acidentes devido à uma possível perda de direção ou colisão com outros veículos na via.

Caminhão com excesso de peso perde o freio e invade residênciaAlém dos riscos aos veículos que trafegam na via causados pelo desgaste da mesma, existe é claro o risco imediatamente relacionado ao veículo que trafega com o excesso de peso, foco do nosso artigo.

Caminhões com excesso de peso têm suas propriedades de direção, frenagem e estabilidade comprometidos pois não foram projetados para isso, aumentando assim o risco de acidente e de quebra, podendo ocasionar colisões e em muitos casos o tombamento do veículo. Está se tornando cada vez mais comum cenas onde vias públicas cedem criando enormes crateras que engolem ou tombam caminhões com excesso de peso. Também é comum notícias de caminhões que perdem os freios e invadem residências. É notável que na grande maioria destes acidentes, o que ocorreu não foi o deslizamento (derrapagem) dos pneus na pista e sim, a perca total dos freios do caminhão, geralmente, caminhões com excesso de peso na carga.

Polícia Rodoviária Federal realiza fiscalização sobre caminhões com excesso de peso.Fiscalização e punição

O procedimento ideal para identificação de caminhões com excesso de peso é a pesagem em balanças apropriadas, geralmente instaladas em rodovias, sejam móveis ou fixas. De qualquer modo, o que ocorre é que há muito pouca fiscalização nas estradas ou rodovias e nenhuma dentro das cidades, como se o risco de acidente ou dano à via pública só ocorresse em rodovias e não em ruas e avenidas que cortam as metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro.

Onde existem balanças há a possibilidade de se efetuar a pesagem, embora fiquem fechadas em vários períodos do dia em algumas rodovias, o abuso dos caminhoneiros é reduzido pelo receio de serem multados ou terem seu veículo apreendido. Já em locais onde não existe balança, os caminhoneiros abusam e trafegam com cargas até 2 vezes mais pesadas do que o caminhão poderia transportar. Em trechos de rodovias federais como a BR-116, a Polícia Rodoviária Federal constantemente efetua fiscalizações e autua caminhões com excesso de peso, porém, isto não ocorre com tanta frequência quanto consideraríamos ideal, assim como também não ocorre em tantas  rodovias, estradas, avenidas e ruas como gostaríamos que ocorresse.

Se nas estradas e rodovias a fiscalização é precária, nas ruas e avenidas das cidades ela praticamente não existe. É fato que a coisa mais difícil é ver acontecer ou ouvir relatos de que fiscais de trânsito, também conhecidos como amarelinhos ou marronzinhos, tenham multado algum caminhão por excesso de peso no perímetro urbano. Você pode se perguntar: Como vão autuar alguém sem ter uma balança para comprovar o excesso de peso? Simples, basta verificar o tipo de carga, como areia, pedra britada, terra seca ou terra úmida e multiplicar o peso de cada metro cúbico do material pelo volume transportado no momento da autuação.

Órgãos públicos dão exemplo?

Algo curioso e ao mesmo tempo ridículo é constatar que algumas obras públicas aceitam que empresas trabalhem de forma irregular, trafegando com caminhões com excesso de peso.

Caminhão de obra do metrô com excesso de peso
Foto divulgada na página 71 da Revista M&T n.° 166 de Março de 2013. Fotógrafo não divulgado.

Como pode ser visto na foto acima (clique para ampliar), cujo a metragem está marcada na tábua (também chamada de fominha) caminhões que trabalham em obras do metrô de São Paulo e transportam material muito pesado (geralmente terra molhada ou barro por serem de origem subterrânea e terem maior proximidade de lençóis freáticos), trafegam com até cerca de 18m³. Se considerarmos que a terra molhada (barro) pesa de 1.700 a 1.900 por metro cúbico (m³), só de carga ou “lotação” o caminhão da foto (Mercedes-Benz 2635 / 2638) estaria de 30.600 kg a 34.200 kg, no entanto, ele deveria trafegar com peso bruto total (PBT = Peso do caminhão + Peso da Carga ou Tara + Lotação) de 23.000 kg. Se a tara deste modelo, equipado com caçamba basculante como da foto, gira em torno de 12.000 kg, a capacidade de carga dele para trafegar em vias públicas deveria ser de 11.000kg (12.000 kg Tara + 11.000 kg Lotação = 23.000 kg de PBT) que resultaria em 5,7m³ de carga útil para este tipo de material. Ele está com quase 3 vezes o peso legal permitido.

Agora o que dizer se quem deveria fiscalizar, se os próprios órgãos estatais, sequer dão o exemplo? A situação é no mínimo ridícula.

Porque trafegam com excesso de peso?

Bom, apesar de não concordamos com tal atitude e não acreditarmos que alguém consiga achar que valha a pena arriscar a sua vida e a das demais pessoas apenas para obter maior lucratividade, é esta a razão básica para esta atitude irracional de quem trafega com seu caminhão com excesso de peso. Não adianta usar a desculpa de que tem que pagar a prestação e que o preço por metro cúbico está baixo, isto não é justificativa para andar com uma máquina com até 40 toneladas a 80km/h colocando em risco a sua vida e dos demais motoristas e pedestres.

Para entender como se deu o início deste abuso por parte dos caminhoneiros, é preciso entender alguns termos antes de prosseguirmos. Cada veículo tem um limite de Peso Bruto Total (PBT) que é a soma do peso do veículo (tara) com o peso da carga (lotação). A grande maioria dos caminhões 6×4 fabricados até o início da década de 1.990 tem PBT de 22 toneladas, sendo que os fabricados a partir desta data até os dias de hoje possuem PBT de 23 a 24 toneladas. Além disso, temos o Peso Bruto Total Combinado (PBTC) que é a soma da Tara do caminhão e da carreta (reboque ou semi-reboque) com a carga, e por fim, a Capacidade Máxima de Tração (CMT) que corresponde ao peso total que o caminhão consegue “puxar” ou “arrastar”. Existe ainda a capacidade técnica, que representa a capacidade atestada pelo fabricante através de testes e a capacidade legal, descrita na lei, com limites considerados seguros.

Exemplo de caminhão com a tábua chamada de "fominha" para exceder a capacidade legal de carga.Isto posto, até meados da década de 1.980, os caminhões eram fabricados para suportar peso (capacidade técnica) muito próximo do peso permitido pela lei (capacidade legal), tornando improvável grandes excessos simplesmente por falta de força, potência ou resistência do próprio veículo. A partir da década de 90, a potência e o torque dos caminhões basculantes deram um enorme salto, com a capacidade máxima de tração (o que o caminhão consegue puxar, em forma de reboque ou semi-reboque) para além de 62 toneladas, mantendo o PBT em cerca de 23 toneladas, porém, com capacidade técnica de até 50% acima da capacidade legal, possibilitando assim, que os proprietários destes veículos, cientes de que seus caminhões eram capazes de “arrastar” quase 3 vezes seu PBT legal, aumentassem cada vez mais a altura de suas caçambas excedendo o limite de peso em várias toneladas. Um modelo que exemplifica facilmente esta discrepância entre os limites de peso é o Ford Cargo 3133, por exemplo. Ele pesa com caçamba aproximadamente 10~11 toneladas e tem PBT estipulado em 23 toneladas, logo, possibilita apenas 12 toneladas de carga conforme determina a legislação, porém, poderia puxar junto com um reboque ou semi-reboque até 56 toneladas de PBTC.

O que ocorre é que a sobra de potência geralmente é considerada um desperdício nos basculantes 6×4, afinal, se o caminhão consegue puxar (CMT) até 62 toneladas, porque andar com PBT de 23 toneladas? Assim que a grande maioria pensa, infelizmente. O que não param para pensar é que sobre o chassis do caminhão 3 eixos, seja em caçamba, carroceria ou baú, o máximo permitido é o PBT e não o CMT ou PBTC.

Não é difícil entender e nem tão pouco achar uma solução. Para entender, basta raciocinar um pouco, afinal, quanto mais carga transportada, seja qual for o segmento do transporte, maior é a remuneração. A solução básica, por parte dos caminhoneiros e empresários seria andar com o peso de balança e cobrar mais pelo metro cúbico ou tonelada transportados, mas para isso, seria preciso a conscientização geral dos caminhoneiros e empresas, para que todos o fizessem, o que é bem mais complicado porque já que não há fiscalização (ou interesse político) suficiente, dependemos apenas da consciência de cada um. A sociedade também deveria colaborar, exigindo, no ato da contratação, que os caminhões transportem apenas a capacidade máxima legal ou ainda, denunciando aos órgãos competentes por meio de fotos, por exemplo, caminhões que transitem em vias públicas com excesso de peso (pelo tamanho da caçamba já se pode ter uma idéia de quem está irregular).

Mais informações

Site do DNIT sobre pesagem de caminhões:
http://www.dnit.gov.br/rodovias/operacoes-rodoviarias/pesagem

Tabela de Peso Máximo por Veículo (QFV de Abril de 2012):
http://www.dnit.gov.br/rodovias/operacoes-rodoviarias/pesagem/qfv-2012-abril.pdf

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Leandro dos Santos

Fundador e administrador do portal Terraplenagem.Net, foi empresário do setor de terraplenagem por mais de 20 anos. Atualmente presta consultoria aos empresários e profissionais do setor de terraplenagem e construção civil.

11 thoughts on “Caminhões basculantes e o excesso de peso

  • Pedro Paulo

    A resposta é simples, aumentar o frete, para os caminhoneiros não ter que exceder o peso para poder ver algum dinheiro de seus investimentos.
    Se tiver algum caminhoneiro autônomo aqui vai confirmar o que eu digo, que um caminhão pra quem não sabe é caro, andando no peso da balança só dá pra pagar as despesas isso se não ficar devendo.
    O excesso de peso é culpa das transportadoras e construtoras que são um bando de exploradoras.
    Uma coisa eu garanto que se pagassem decentemente aos proprietários de caminhões ninguém ia querer seu caminhão andando com o dobro de carga quebrando todo mês.
    Infelizmente não temos apoio para a classe e temos que dançar conforme a música, porque para essas empresas é assim que funciona: Não quer carregar o excesso de peso? Então mete o pé.

    Muitas pessoas reclamam do excesso de peso dos caminhões mas não conhecem o outro lado da moeda, queria ver quem ta reclamando aqui comprar caminhão de R$250.000 a R$300.000 e ficar carregando peso de balança.
    E digo mais, muitos serviços mesmo com excesso de peso ainda não são compensatórios
    imagina se andar no peso da balança!

    Não crucifiquem o caminhoneiro. Como tudo neste país quem ta lucrando é sempre quem ta de cima, é muita maracutaia envolvida nessas obras, tem muita gente mamando nessas tetas e ta sobrando pouco para pagar o que realmente deveria ser pago, isso quando não trabalha 30 dias em uma obra para receber com mais 30 dias e ainda levar um calote.
    Em um comentário acima dizia para não aceitarmos carregar o excesso de peso e que nós devemos cobrar o valor certo para não ter prejuízo, como se fosse só uma questão de erro de cálculo, não é assim que funciona meu amigo, as empresas é que dizem quanto quer pagar e se você não estiver de acordo que procure outro serviço, essa é a filosofia dessas empresas que contratam os autônomos, e o pior de tudo que todas fazem assim não tem exceção.

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    • Deveriam todos serem sindicalizados e o sindicato da categoria orientar o fim da prática de transporte de carga acima do estipulado pela lei, excesso de peso nos caminhões é perigoso e prejudicial, não só para o proprietário do caminhão mas para a via também.

      Deve haver união e todos os caminhoneiros devem subirem o preço do m³/km para um preço justo para andar com peso de balança.

      Não adianta justificar o preço baixo para andar fora da lei. Então se um cara roubar e matar pode justificar dizendo que não teve ensino, que não conseguiu emprego e aí tudo bem? Não é por aí… Tem muito de ganância aí também…

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  • Willian

    alguem tem noticias recentes sobre a atual situação do excesso de peso nos caminhões da terraplanagem aqui em são paulo?? pelo q tenho ouvido dos carreteiros da região o trabalho de fiscalização nas estradas por aqui ( na regis por exemplo ) esta cada vez mais intenso, para coebir esse tipo de infração. gostaria de ter mais noticias sobre o assunto, desde ja agradeço a oportunidade e parabens pelo site

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    • É aquela coisa né… num país com governantes e servidores corruptos como o Brasil tem, você acha que leis são seguidas pelas autoridades? Nós, o povo honesto, fazemos a nossa parte, mas sempre tem um ou outro que se acha mais esperto e acaba encontrando policiais e/ou fiscais corruptos para permitirem suas “artes”.

      A polícia rodoviária federal (PRF) têm sim, fama de ser mais rígida ou severa do que a polícia militar rodoviária (PMR), que Deus abençoe os bons e honestos profissionais de ambas as corporações.

      Pelo que ouvimos dos caminhoneiros, o que ocorre é que “grandes” empresas muitas vezes conseguem, através de uma mensalidade, andar com excesso de peso sem serem multadas, já os pequenos, estes andam fugindo da fiscalização para não ter que morrer com R$ 1 mil por tonelada de excesso de peso ou uma boa “caixinha” na eventualidade de ser abordado por um policial corrupto, mas sinceramente? Quero mais é que se danem!!! Por engano, na hora da carga, passar 1 ou 2 toneladas devido a diferente densidade de diferentes materiais como terra seca, úmica, etc, vá lá… agora andar com quase o dobro do que permite a lei, ah não, não tem que ter perdão, chega de caminhões com 15, 16 e até 17 e 18 metros cúbicos, isso é no mínimo uma afronta à lei e um disparate em relação à segurança da população e conservação de nossas vias públicas.

      Na minha opinião, sinceramente, se fiscalizarem com toda a força e vontade, de forma honesta, tudo melhoraria para o dono do caminhão e para a sociedade como um todo. Se todos andassem com 22 ou 23 toneladas de peso bruto total em caminhões basculantes traçados, cerca de 10 a 12 toneladas de carga (8 a 10m³ de terra), os brutos demorariam bem mais para quebrarem, consumiriam menos combustível e o desgaste de pneus seria absurdamente menor. O custo vai ficar mais caro para as construtoras e empreiteiras? Azar o deles… que reduzam seus lucros exorbitantes e/ou repasse isso para seus clientes.

      Além de melhor remuneração com menor desgaste dos equipamentos, os caminhoneiros estariam menos sujeitos à acidentes e quebras que oferecem risco não só a sua vida mas também a toda sociedade, sejam pedestres ou motoristas de outros veículos.

      Sem contar que quando eu ou você caímos num buraco na via, o grande culpado geralmente é o imbecil que trafega com excesso de peso. Em meio ao sol forte, o asfalto “amolece” e praticamente derrete sob os pneus pesados destes caminhões de proprietários sem escrúpulos.

      Que haja fiscalização, multa e se possível apreensão destes insanos e irresponsáveis!

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  • Ricardo

    Na minha opinião existem pelo menos duas maneiras de fazer com que o povo de uma nação tenha atitudes de respeito a lei de um país, uma é a educação em casa e a formação escolar, outra é a aplicação de multa.
    Vejo todos os dias na cidade e na estrada os caminhões com caçambas adulteradas contendo um aumento de capacidade colocando madeira na parte superior da caçamba. O simples fato de se colocar essa madeira já demonstra a intensão do proprietário do caminhão, seja ele o motorista ou uma empresa, vejo empresas prestando serviço em rodovias com essa alteração.
    Seria bastante simples fiscalizar por exemplo a estrada que liga Bragança Paulista a Itativa onde existe uma pedreira e onde saem caminhões com excesso de peso constantemente, inclusive multar a pedreira ou porto de areia que venha a carregar caminhões com excesso. Mas no país do mensalão do filho de ex-presidente que tem jato particular e antigamente nada tinha, tudo fica difícil.

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    • Ricardo, concordo plenamente com seu posicionamento. Se os empresários e/ou proprietários autônomos de caminhões basculantes não tem consciência, responsabilidade e nem respeito com a sociedade, trafegando com excesso de peso e colocando em risco a vida de inúmeros cidadãos, motoristas ou pedestres, a única saída é realmente a fiscalização e multa. Como disse anteriormente, é fácil, não precisa de balança móvel ou levar o caminhão até a balança fixa, basta calcular o volume de carga (cubicar, calcular quantos m³) e multiplicar pelo peso por m³ de cada tipo de carga, como terra seca, terra molhada, lama, areia, pedra 1, 2, 3 ou pedrisco, e por aí vai, é fácil, basta querer.

      Um grande problema quanto à fiscalização, infelizmente, é que a maioria dos caminhoneiros relatam cobrança de propina por quem deveria fiscalizar. Se a multa por excesso de peso seria na ordem de milhares de reais, o agente fiscalizador simplesmente aceita propina de R$ 100 a R$ 500 e libera o veículo, pelo menos é o que é relatado pela grande maioria dos fretistas autônomos. Alguns proprietários e gerentes de grandes empresas inclusive, relatam pagamento de “mensalidade” para não ter sua frota fiscalizada nas rodovias. Se o governo quiser, é fácil descobrir isso, basta investigar!

      Felizmente, a maioria das rodovias onde há fiscalização “federal”, a cobrança de propina quase não é relatada pelos caminhoneiros que por elas trafegam, seria isso uma luz no fim do túnel, algo para nos alegrarmos, ao menos um pouco.

      Mas enquanto isso, nas vias urbanas, não há sequer fiscalização, nada vezes nada!!! Se em rodovias federais a fiscalização é mais severa e em rodovias estaduais seja “mais branda” por assim dizer, para não citar corrupção, em vias municipais (as ruas do seu bairro, por exemplo), ficam totalmente desprotegidas dos caminhões com excesso de peso, nada é feito!

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  • adlaberto

    😀 BOM aqui foi muito facil dizer que a culpa é do motorista, pois bem vou só dar uns exemplos logicos: voce se tivesse um caminhão vc andaria com e cesso de peso, sabendo que terá maior desgaste de pneus e peças ? pois bem meu caro se vc acha engraçado vou le dizer outra um caminhao custa em media R$0,95 p/ km rodado isso sem contar os pedágios e os gastos no trajeto
    bom agora imagina 2,5 a 3,3 dias para descarregar media de 90 a 100 R$ para se alimentar agora me fala um caminhao mb 1113 com capacidade de carga igual ou inferior a 12 tn. aproximadamente 580,00 R$ de frete e 7 pedagios pra passar oque sobra ?????

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    • Saudações caro Adalberto!

      Me desculpe se não te responder da maneira correta, infelizmente não entendi perfeitamente o que disse, mas vou me esforçar para fazê-lo.

      Jamais disse que a culpa é do motorista, disse sim que a culpa é do proprietário do caminhão, seja ele um empresário ou autônomo. É claro, se o próprio dono do veículo for quem dirige o caminhão, aí sim, a culpa é dele. Porque a culpa é do proprietário do caminhão? Simples, porque é ele quem define o que vai carregar ou não no caminhão e por qual preço o fará. É claro, não depende de apenas uma pessoa mudar o mercado “viciado” nesta estratégia de usar o limite técnico de peso (o que o caminhão aguenta) ao invés do limite legal de peso (o que a lei determina, para que o caminhão trafegue com segurança e sem danificar a rodovia excessivamente), mas de um conjunto. O problema é que enquanto cada um não fizer sua parte, enquanto não houver união, nada mudará e os caminhoneiros continuarão a arriscar suas vidas e das demais pessoas.

      Sobre o que disse, se eu acho engraçado, pelo contrário, acho ridículo. Fora do Terraplenagem.Net sou sócio de uma empresa que possui frota de caminhões e te digo, sei quanto custa um caminhão rodando e por isso digo que temos que respeitar o limite de peso legal, para trafegar com segurança e economia.

      Em seu último exemplo, você sai um pouco da realidade da terraplenagem, pelo menos da citada pelo artigo, baseada nas regiões metropolitanas. Quem pega estrada está fora do tema abordado neste artigo, afinal, na grande maioria das vezes passará por postos rodoviários e por balanças de pesagem, logo, quase nunca estarão com excesso de peso. Tendo isto em vista, a questão do pedágio não é válida.

      Sobre os valores, bom, você é quem deve fazer as contas de seus custos, despesas e impostos e sobre isso jogar seu lucro final. Não adianta cobrar por cobrar sem ter conhecimento do que faz e no final não sobrar dinheiro e jogar a culpa no preço do combustível, do bota-fora, do pedágio, etc. Você faz seu preço!

      Espero que tenha compreendido meu ponto de vista e aguardo uma nova resposta sua para podermos debater este tema e engrandecer o conteúdo do artigo. Se queremos mudar a realidade do mercado de transporte de terra e entulho através de caminhões basculantes por causa do preço defasado, se queremos melhorar a segurança e o profissionalismo do setor, é preciso começar de algum jeito e, na minha opinião, conversando é a melhor maneira de começarmos a mudar tudo isso.

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  • jefferson

    isso aqui e brasil!!!! bem vindos a quem pode mais chora menos como você acha que os políticos vão conseguir desviar um pouquinho de dinheiro da verba para operações de consertos de estradas e rodovias então dentro de cidades não podem fiscalizar isso porque se não tiver buracos como vão mostrar serviço no ultimo ano de sua administração e o dinheiro para sua campanha vocês já perceberam que no quarto ano de um mandato municipal o que mais se vê e justamente operações de consertos em asfalto e porque e um serviço que aparece e o povo como a maioria são retardados acreditam que aquilo e uma coisa boa e acaba dando seu voto para este politico ou para seu sucessor sem perceber que aquilo e uma jogada politica houvi uma amigo me dizer certo dia que em período de eleição municipal existe um material na Petrobras que e um tipo de refugo do petróleo não sei ao certo do que c trata mais disso e fabricado o asfalto e chega a faltar esse material pois são vendidos já com antecedência as prefeituras de todo o pais. “porque reformar escolas e outras coisas que não vão aparecer e não dão votos vamos deixar estragar as ruas para depois reformar isso sim da resultado alem de podermos fazer um esque-minha com as empreiteiras e sobre faturar a obra para financiar campanha e ainda de resto ganhamos vários votos com os trouxas que pensam que estamos fazendo um bom trabalho na cidade kkkkkkkk” isso e o que eu imagino eles falando sobre nos e nos caçoando

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  • Fábio Pinheiro

    Concordo com a má qualidade do material, mas só falta alguê m querer colocar balança na cidade e congestionar mais um trânsito.

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    • Caro Fábio, não seria necessário usar uma balança. De acordo com o material transportado já se sabe quanto pesa cada metro cúbico, basta medir a caçamba e calcular. A situação está cada vez mais ridícula, com caminhões transportando carga de acordo com a capacidade técnica (o que mecanicamente é suportado pelo equipamento) e não pela capacidade legal (definida pelo governo para aumentar a segurança e diminuir o desgaste das vias públicas). Os caminhões, principalmente basculantes 6×4, têm acabado com as cidades como São Paulo, trasportando quase o dobro do que seria o aceitável.

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